Várias sociedades africanas que utilizavam determinadas palavras parecidas foram chamadas de bantu pelos europeus.
Aplica-se a palavra sem "s" (plural) porque o termo original africano - bantu - já significa um coletivo de seres humanos.
Alguns registros indicam que os bantu eram da atual região de Camarões e, em cerca de 1000 A.C., começaram a migrar para o sul.
Esta migração se estendeu pelos séculos III e IV D.C. levando os bantu a se concentrarem no centro-sul da África, atuais regiões de Angola, Congo, República Democrática do Congo, Uganda, Namíbia, Zâmbia, Moçambique, Botswana e Zimbabwe.
Nas novas regiões que ocuparam, os bantu introduziram a metalurgia, a agricultura e a forma de governo centralizada. Formaram sociedades matrilineares nas quais as terras cultivadas eram consideradas dos antepassados, as florestas eram comunitárias e o trabalho era individual.
Muitos indivíduos de grupos banto foram trazidos para as Américas, escravizados, nos primeiros séculos do tráfico de escravos. Estes grupos foram maioria na Bahia, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. E em muitos momentos reproduziram aqui sua organização (especialmente nos quilombos), sua arte e visão de mundo.
A capoeira, a congada, as danças e cerimônias cateretê, caxambu, batuque, samba, jongo, lundu e maracatu são herança banto, assim como o candomblé-de-angola, onde a capoeira angola encontra ligações.
Fontes:
Clóvis Moura. Quilombos: resistência ao escravismo. São Paulo: Ática, 1989.
Kátia de Queirós Mattoso. Ser escravo no Brasil. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.
Jared Diamond. Guns, germs and steel: the fates of human societies. Norton, 1997.
Merrit Ruhlen. The origin of language. John Wiley & Sons, 1994.
Livros e links
Tradição Banto
Central Africans and cultural transformations in the American diaspora
Por Linda Marinda Heywood
As Jamberesu: as cantigas de Angola
Por Mário Cesar Barcello
História de Angola
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